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Simples Nacional no novo cenário: o que muda e o que permanece com a chegada dos novos impostos CBS e IBS

O Simples Nacional continua — mas com novidades importantes

 

A Reforma Tributária do Consumo trouxe mudanças profundas para todos os regimes tributários. Mas uma dúvida tem sido recorrente entre empresários e contadores: o que acontece com o Simples Nacional?



o Simples permanece, mas será conectado ao novo modelo tributário nacional, garantindo interoperabilidade e transparência entre regimes.

 

Sim, a reforma irá preserva o Simples Nacional como regime diferenciado para micro e pequenas empresas, que continuarão recolhendo seus tributos por meio do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), com tratamento favorecido, conforme previsto na LC nº 123/2006.

 

Contudo, o sistema passará por ajustes de integração com a CBS e o IBS, especialmente nas regras de crédito para adquirentes e na estrutura do Documento de Arrecadação do Simples (DAS).

 

💡 Em resumo: o Simples permanece, mas será conectado ao novo modelo tributário nacional, garantindo interoperabilidade e transparência entre regimes.

 

O que permanece igual

 

Mesmo com as novas integrações, alguns pilares do Simples permanecem inalterados:

 

Elemento

Situação após a reforma

Limite de faturamento

Mantido: R$ 4,8 milhões/ano para ME e EPP

Unificação de tributos

Continua sendo um único pagamento via DAS

Simplificação de obrigações

Declarações simplificadas continuam válidas

Exclusão de exportações

Mantida a isenção total para vendas ao exterior

Isenção de CBS e IBS próprias

As empresas do Simples não recolhem diretamente esses tributos

 

O Simples permanece como porta de entrada para novos empreendedores, com tratamento favorecido e simplificado.


Portanto, nenhuma empresa será obrigada a sair do Simples Nacional em razão da Reforma Tributária, mas haverá ajustes no modo como os tributos do consumo (CBS e IBS) são tratados dentro do DAS.

 

O que muda na prática com a CBS e o IBS

 

🔹 1. Crédito para o adquirente

 

As micro e pequenas empresas continuarão recolhendo os tributos devidos pelo consumo no DAS, sem destaque do IBS e da CBS em suas notas fiscais.

 

Contudo, há uma inovação fundamental:


➡️ As operações realizadas por optantes do Simples passarão a gerar crédito de IBS e CBS para o adquirente, mesmo que o imposto não tenha sido destacado na nota.

 

Esse crédito será calculado automaticamente com base nas alíquotas médias do setor e o adquirente (cliente da empresa do Simples) poderá aproveitar créditos de IBS e CBS, mesmo que o fornecedor esteja enquadrado no regime simplificado.

 

Situação

Regra atual

Novo modelo (a partir de 2027)

Venda feita por empresa do Simples

Comprador não tem crédito

Comprador pode se creditar

proporcionalmente ao IBS/CBS embutido no preço

Apuração

Sem destaque de tributos

Destaque informativo na NF-e (CBS/IBS presumidos)

Benefício para o

adquirente

Nenhum

Crédito financeiro parcial

 (regra de transição)

 

📘 Efeito prático:

Empresas do Simples tornam-se mais competitivas no B2B, pois seus clientes poderão manter o direito ao crédito. Isso reduz a “barreira tributária” que muitas vezes afastava indústrias e distribuidores de pequenos fornecedores.

 

Exemplo prático:

Uma loja de cosméticos optante pelo Simples vende produtos a uma rede varejista.

Hoje, a rede não aproveita crédito algum.

 

Com o novo modelo, a venda gerará crédito de IBS/CBS para a rede, sem alterar o valor pago pelo Simples.

 

2. Novo DAS com estrutura CBS/IBS

 

O Documento de Arrecadação do Simples (DAS) passará a conter, de forma transparente, os componentes correspondentes à CBS e ao IBS. O objetivo é integrar a arrecadação dos tributos federais, estaduais e municipais ao Comitê Gestor do IBS (CGIBS).

 

  • A empresa do Simples continuará pagando um único DAS, mas a distribuição da receita será feita automaticamente entre os entes.

  • As alíquotas do Simples não mudam, mas o layout do DAS será adaptado ao modelo CBS/IBS (art. 361, §2º).

  • Os sistemas da Receita Federal e dos estados já estão sendo atualizados para permitir essa integração.

 

Ajustes esperados no DAS

 

O Documento de Arrecadação do Simples (DAS) passará a refletir a nova estrutura de arrecadação nacional:

 

  • O IBS (estadual e municipal) substituirá as parcelas atuais de ICMS e ISS;

  • A CBS (federal) substituirá o PIS e a COFINS;

  • Haverá integração digital entre o CGSN, o Comitê Gestor do IBS (CGIBS) e a Receita Federal, permitindo o reparto automático da arrecadação entre os entes federados.

 

Os sistemas do Portal do Simples Nacional e do SPED RTC (Reforma Tributária do Consumo) serão ajustados até o final de 2025.

 

Impactos estratégicos para micro e pequenas empresas

 

Apesar da manutenção do regime, a integração com a CBS e o IBS exigirá preparo tecnológico e contábil:

 

✅ 1. Ajuste de sistemas e emissão de notas

Os sistemas de emissão de NF-e precisarão incluir os campos de CBS e IBS (mesmo informativos), para permitir o crédito ao adquirente.

 

✅ 2. Controle de faturamento e créditos de terceiros

Empresas do Simples precisarão acompanhar como seus clientes estão creditando as compras, para evitar divergências fiscais no SPED.

 

✅ 3. Revisão de contratos B2B

Com o crédito parcial liberado ao adquirente, contratos de fornecimento poderão ser renegociados, já que o preço líquido ao comprador mudará.

 

✅ 4. Acompanhamento das alíquotas e sistemas do Comitê Gestor do IBS

O Comitê Gestor do IBS publicará resoluções complementares sobre a aplicação do crédito e a integração com o Simples. Essas normas devem ser observadas de perto pelos escritórios contábeis e gestores fiscais.

  

Impacto positivo para o pequeno negócio

 

O Simples Nacional mantém seu papel como instrumento de incentivo à formalização e redução de custos de conformidade, mas agora integrado ao sistema de crédito financeiro do IBS e da CBS.

 

Com a geração de crédito para o adquirente, as micro e pequenas empresas ganham mais competitividade, reduzem barreiras comerciais e se inserem plenamente na cadeia tributária nacional, sem abrir mão da simplicidade operacional.

 

Em um quadro pode-se listar os seguintes benefícios para o SIMPLES:

 

Benefício

Descrição

💡 Maior competitividade B2B

Crédito parcial ao adquirente reduz distorções de preço.

⚙️ Integração com o sistema nacional de arrecadação

Simplificação do DAS e transparência de repasses.

📊 Mais clareza sobre carga tributária real

Destaque informativo de CBS e IBS nas NF-e.

🧾 Facilidade de exportação e ressarcimento

Exportadores do Simples continuarão com imunidade plena.

 

Em síntese: o Simples Nacional deixa de ser “invisível” para a cadeia tributária, ganhando integração sem perder sua essência simplificada.

  

Como empresas do Simples podem se preparar para 2026

 

  1. Mantenha seu cadastro fiscal atualizado

Corrigir NCMs, CNAEs e enquadramentos é essencial para que os créditos sejam gerados corretamente para seus clientes.

 

  1. Revisar preços e contratos com empresas e fornecedores

Ajuste cláusulas que mencionam repasses tributários, já que o modelo de crédito financeiro muda as dinâmicas de custo.

 

  1. Prepare o sistema de emissão de NF-e/NFS-e

As notas precisarão conter campos específicos que indiquem a condição “optante pelo Simples Nacional com crédito para o adquirente”.

 

4.   Treinar a equipe contábil e fiscal sobre o crédito do adquirente 

 

  1. Acompanhe a regulamentação do CGSN e do CGIBS

Esses órgãos definirão alíquotas referenciais, formatos de crédito e regras de repasse de informações fiscais.

 

Conclusão: o Simples será mais transparente e integrado

 

O Simples Nacional permanece, mas deixa de operar isolado do restante do sistema. Esse imposto entra em uma nova fase: mais moderno, integrado e compatível com o sistema de crédito financeiro que será a base da Reforma Tributária.

 

A manutenção do regime, somada à possibilidade de gerar crédito de IBS/CBS para o adquirente, representa um avanço histórico para a competitividade das pequenas empresas brasileiras.

 

Com essa integração ao CBS e IBS, micro e pequenas empresas ganham visibilidade tributária e o país dá um passo importante rumo à neutralidade fiscal e competitividade.

 

Agora, o desafio é ajustar sistemas e processos para garantir que a transição em 2026 ocorra sem impactos no caixa ou na emissão de notas fiscais.

 

Entenda como sua empresa será impactada e como manter a conformidade no novo cenário tributário:

 

 

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