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👗 Lojas de roupas e calçados: crédito financeiro em toda a cadeia têxtil

Atualizado: há 3 dias

O novo modelo de crédito que transforma o setor de moda


Com a chegada do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) o Brasil adota um sistema moderno de crédito financeiro integral e o setor de moda, como lojas de roupa e de calçados passará por uma das maiores simplificações tributárias das últimas décadas.



Para o varejo de moda e calçados, é hora de recalcular margens, revisar precificação e preparar sistemas fiscais


Essa mudança representa uma verdadeira revolução para o varejo de moda, calçados e têxteis, pois elimina duas grandes distorções que penalizavam o setor têxtil e calçadista:


  • A cumulatividade, que fazia o imposto se acumular em cada etapa da produção.

  • A substituição tributária (ST), que antecipava o recolhimento sem permitir o aproveitamento proporcional de créditos.


💡 Resultado: o imposto deixa de ser um custo incorporado ao preço e passa a ser neutro ao longo da cadeia, garantindo mais competitividade e transparência.


Agora, a cada etapa da cadeia produtiva, o imposto pago gera crédito financeiro pleno, permitindo que as empresas desonerem estoques, melhorem margens e ampliem competitividade.

 

O que é o crédito financeiro do IBS/CBS


O crédito financeiro, previsto nos arts. 23 a 35 da LC nº 214/2025, é o coração do novo modelo de não cumulatividade e permite que o contribuinte desconte integralmente o valor do imposto pago em todas as aquisições relacionadas à atividade econômica, inclusive bens, serviços e despesas operacionais.


Na prática, toda aquisição tributada — seja de bens, insumos, energia, fretes, serviços ou ativos imobilizados — gera crédito dedutível do IBS/CBS a pagar.


Diferente do sistema atual (baseado em "créditos vinculados à atividade fim"), o novo modelo é abrangente e automático, garantindo transparência e neutralidade econômica em toda a cadeia.

  

Saiba como o crédito financeiro beneficia toda a cadeia de moda e calçados.— fiação → tecelagem → confecção → atacado → varejo — com múltiplas operações tributadas.

 

Etapa da

 cadeia

Exemplo de

 operação

Regra atual

 (PIS/Cofins + ICMS)

Novo modelo (CBS + IBS)

Indústria

 têxtil

Compra de fio e

tecidos

Crédito parcial ou inexistente

Crédito integral sobre insumos e energia

Confecção

Corte,

costura e

acabamento

Tributação cumulativa (ST)

Crédito total de serviços e insumos

Distribuidor

Venda para

 lojistas

Recolhimento antecipado

Crédito amplo sobre toda a compra

Lojas

Venda ao

consumidor

ST ou cumulativo

Crédito pleno nas aquisições

 

Fim da cumulatividade e da substituição tributária


O setor de moda e calçados sempre conviveu com tributação acumulada — especialmente no ICMS-ST e no PIS/COFINS monofásico.


Esses regimes, criados para simplificar a arrecadação, acabaram gerando distorções e custos ocultos, especialmente para varejistas e confecções de pequeno e médio porte.


Com o IBS, isso muda completamente:


  • A substituição tributária será extinta.

  • Cada operação, desde o produtor de tecido até a loja de varejo, será tributada na saída e creditada na entrada.

  • O imposto será sempre neutro em relação à etapa produtiva, eliminando a “cascata” tributária que inflava preços finais.


Efeito esperado:


O custo tributário médio do setor têxtil e calçadista tende a cair, e as margens líquidas aumentam. No varejo de moda, estima-se que o custo tributário médio pode cair entre 3% e 6%, conforme o mix de produtos e o perfil das operações interestaduais.

 

Benefícios para a cadeia de moda e vestuário


A aplicação do crédito financeiro ao longo de toda a cadeia traz ganhos concretos para o setor:


  • Redução do custo tributário acumulado: o IBS recupera créditos até de despesas logísticas e de marketing, antes não dedutíveis (agora todo gasto é potencialmente creditável).

  • Desoneração da produção nacional: indústrias e confecções nacionais ganham competitividade frente a importados.

  • Simplificação das apurações: a apuração passa a ser única e nacional, eliminando as diferenças estaduais de ICMS.

  • Transparência para o consumidor: os tributos serão destacados de forma padronizada nos documentos fiscais, permitindo comparação real de preços.

  • Incentivo à formalização: como todo crédito depende de documentação fiscal válida, o novo sistema desestimula a informalidade e valoriza quem opera de forma regularizada. Isso gera um ambiente de concorrência mais justa no varejo de moda.

 

Como o crédito financeiro se aplica na prática


Um exemplo simples da nova dinâmica:

Etapa

Operação

IBS incidente

Crédito gerado

Indústria têxtil

Venda de tecidos

5%

-

Confecção

Compra de tecidos

-

5%

Varejo

Compra de roupas

prontas

-

5%

Consumidor final

Compra na loja

5%

-

Cada elo abate o IBS pago na etapa anterior, garantindo neutralidade tributária plena — algo inédito no setor de moda no Brasil.

 

Preparando-se para o novo modelo


Empresas do setor têxtil e varejistas de moda devem se preparar para operar em um ambiente sem substituição tributária, com créditos apurados eletronicamente e cruzamentos automáticos via SPED e DF-e RTC.


Recomenda-se:


  • Revisar cadastros fiscais de fornecedores e NCMs de produtos;

  • Atualizar sistemas ERP e NF-e/NFC-e conforme a NT 2025.002 (Reforma Tributária do Consumo);

  • Reavaliar políticas de precificação e estoque considerando o novo crédito financeiro;

  • Revisar planilhas de custos e margens considerando a futura recuperação integral de créditos.

  • Implementar monitoramento de créditos acumulados para uso estratégico.

  • Simular o impacto do crédito financeiro nas compras e despesas operacionais.

 

Conclusão: moda mais leve também na carga tributária

 

A substituição dos antigos tributos pelo IBS e CBS cria um ambiente tributário transparente, neutro e competitivo. O crédito financeiro desses novos impostos representa não apenas uma mudança tributária, mas uma transformação estrutural na forma de precificar, produzir e vender moda no Brasil, o que irá impactar diretamente as lojas de roupas e calçados, por exemplo.


A cadeia têxtil e de calçados está prestes a operar sob uma lógica moderna, justa e neutra. A eliminação da substituição tributária e a adoção do crédito financeiro pleno tornam toda a cadeia mais eficiente.


Para o varejo de moda e calçados, é hora de recalcular margens, revisar precificação e preparar sistemas fiscais para aproveitar integralmente os créditos. O momento é de revisão fiscal e estratégica — e quem se preparar agora sairá à frente.

 

👗 Saiba quanto sua empresa pode recuperar com o novo modelo do IBS/CBS.


 


 
 
 

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